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Esta pesca acontece todos os anos ao largo de Ålesund, na Noruega, a uma latitude de 62ºN, na altura em que o bacalhau migra em busca dos locais de eleição para desovar. O bacalhau é um peixinho muito criterioso e os estudos demonstram que procura sempre condições perfeitas de temperatura e salinidade para a reprodução. Na zona onde as fotografias foram tiradas – Borgundfjord, ou o fjord de Borgund – a profundidade varia entre os 80 e os cerca de 1000 metros, por isso o bacalhau tem muito por onde escolher.

Se desenharmos uma linha imaginária à latitude de 62ºN, descobrimos que pelo mundo fora só há salmões, ursos e noruegueses, com alguns (poucos) russos e canadianos à mistura. É uma terra linda, mas rude, potencialmente letal. 

A pesca do bacalhau em Ålesund é uma actividade milenar – os primeiros registos de população a pescar na zona datam da pré-história; os Vikings privilegiavam lugares onde a sobrevivência era facilitada por acesso fácil a zonas de pesca e por protecção contra as vicissitudes do oceano. Um dos mais ilustres vikings – Rollo, o primeiro de uma longa dinastia de nobres governantes da Normandia – nasceu e criou-se em Giske, à distância de 3 minutos de voo duma gaivota. 

Ålesund d’agora, é uma moderna cidade implantada num cordão de ilhas interligadas por pontes e por túneis que passam debaixo do mar – à chegada ao aeroporto descobre-se que os 25 minutos que nos separam do centro incluem duas descidas às profundezas da terra; um dos túneis passa por debaixo de um cargueiro naufragado, que ainda proporciona muitas alegrias aos mergulhadores locais.

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